quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A luta dos Ultras Croatas


Os ultras croatas, alegam de que o governo os tem enganado, e que os direitos humanos dos ultras estão ameaçados com a nova lei, (na verdade, é a terceira alteração da mesma lei, desde o ano 2003.). Os membros dos oito maiores grupos ultra da croácia: (Armada, Bad Blue Boys, Demoni, Funcuti, Kohorta, Torcida, Tornado, White Stones) têm se reunido em conferência de imprensa, exigindo que a nova, "lei anti-hooligan" é anticonstitucional, e não vai de acordo com o que tinha sido prometido pelo governo. "Não estamos em guerra com o governo, no entanto, se a nova lei passar no nosso Parlamento, estamos dispostos a avançar com as acusações contra o nosso governo. Estamos prontos para ir para o Tribunal de Estrasburgo, dos direitos humanos, e procurar justiça lá.", disse Thomas Bauer, coordenador dos grupos ultra-croata. Os ultras realizaram três reuniões com o Vice-presidente, Đurđa Adlešić, assim como muitas reuniões com membros do Ministério da Justiça, e da polícia, apresentando-lhes a sua visão sobre a nova lei. Entretanto, mais nenhuma resposta foi dada pelo governo, e a lei foi aprovada em votação no Parlamento Europeu, apesar das promessas feitas aos grupos. Algumas das novas medidas incluem a verificação dos passaportes, com vista a afasta o adeptos dos jogos internacionais, e ordens de proibição, o que pode ser dada pela polícia, e podem mesmo vir a ser presos, sem sequer ver o juiz. Além disso, algumas das novas medidas incluem proibição de cara mascarada, proibição de entrar no estádio após beberem umas cervejas, e, ironicamente, que a mesma cerveja e outros álcoois, são servidos em todas as secções VIP dos estádios.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Entrevista ao Ultras Life, por parte dos Blue Brothers.



Projectos para o futuro, existem alguns?
Sim claro, a vida é composta por constantes novidades, e a ideia é de estar sempre a inovar. Um grande projecto que gostava de ver concretizado, era o lançamento de um fanzine com o próprio título: Ultras Life, na qual referia um pouco mais acentuado os grupos dos escalões inferiores, algumas entrevistas, e o movimento lá por fora, com claro destaque para os países de Leste. Mas penso que isso não será para já. Penso que é importante referir que este blog é pessoal, e conta apenas com post's de temas que eu acho que são realmente relevantes. Normalmente não trabalho com a actualidade ultra, prefiro abordar temas menos referidos no nosso país. Neste momento existem muitos blogs sobre a actualidade ultra, mas se formos dar uma "olhadela" rápida por todos eles, verificamos que falam do mesmo, mas por outras palavras. Muda o nome, fica o mesmo conteúdo. A minha "missão" foi mais de trazer algo de novo, tratando assuntos de que realmente me interessam devido ao seu grau de importância. O blog não é generalista, por isso talvez encontrarão muitas opiniões divergentes. Os temas abordados são imensos, num dia poderei esta a falar sobre as "firms" Britânicas, como noutro dia estarei a referir algum grupo Ultra menos conhecido.

Que opinião tens da lei 16/2004?
Numa conclusão rápida, penso que é o retorno aos tempos da ditadura e da censura. Os problemas com as claques sempre existiram, e não vai ser agora com uma lei tremendamente injusta e absurda, que os problemas vão acabar, é apenas uma estratégia para encontrar os culpados de forma mais rápida. No meu ponto de vista, esta lei apenas beneficia os líderes dos grupos, que lucram em larga escala com os fiéis adeptos que vão a bola. Hoje em dia o futebol é negócio de poucos, á custa de muitos. Isto não passa de uma mera táctica para tapar os olhos aos mais distraídos, polícias que antigamente patrulhavam os bairros, vêem esta lei como forma de escapar a problemas mais sonantes. Blogs como o Ultras Life, são diariamente inspeccionados a pente fino pela polícia, para retirar nomes, moradas, localidades etc., de possíveis ameaças ao futebol (como eles nos apelidam). A verdade é que há certas pessoas que lhes facilitam e muito o seu trabalho. Penso que têm que se mentalizar que cada vez mais há uma perseguição enorme aos ditos grupos "ilegais", há que combater essa repressão… A lei 16/2004, esta totalmente em desacordo com os ideais ultras e da mesma forma, esta totalmente em desacordo com o que acredito e prático. E o que esta lei trouxe de bom? Nada. Aumentaram os casos de excesso de zelo, o abuso a autoridade, a má formação, patente em alguns dos agentes que Domingo após Domingo se cruzam connosco no Estádio. Somos Ultras, cometemos excessos? Claro que sim, é normal quando se dá uma junção de massas, e somos responsabilizados por isso pelos amigos, pela família, pelos média, pela polícia, nos empregos, nos tribunais! É justo? A resposta não é assim tão linear quanto a partida parece. Quando cometemos erros pagamos por eles, criam-se leis, detêm-se pessoas, e é a justiça a funcionar! Mas, e quando o erro não é nosso? Bom, quando é a polícia a proceder mal, não há testemunhas, as provas desaparecem, arquivam-se processos, e esta feita a justiça.

Como vês o movimento ultra na actualidade?
Como a palavra estagnação está tão em voga, penso que é o nome certo para qualificar o panorama ultra nacional neste momento. Pouco, ou quase nada se passa. Penso que as novidades apenas existem nos escalões secundários, onde realmente podemos ver a verdadeira essência do futebol. Houve um grande abandono por parte da velha guarda de certos grupos, e não houve uma passagem de testemunho. Vário valores fundamentais tem-se perdido até então. Perdeu-se o real valor das amizades na curva, das transfertas, das concentrações etc. Hoje em dia vejo-me rodeado de pessoas que não sabem receber os mais novos, e fecham-se no seu mundo, deixando de comunicar com os outros. Penso que na verdade acabou grande parte da alegria que havia nas curvas. Hoje em dia é raro veres um grupo todo abraçado a saltar de entusiasmo, já pouco vês os frequentes "morches" que acordavam os mais distraídos, já não há aqueles cânticos de por o estádio todo a cantar…

Que achas que ainda se poderá fazer para melhorar o movimento?
Basicamente tudo… Há certas coisas que deixam marcas, e a questão da legalização será uma que nos marcara para sempre. Como queremos credibilidade e respeito lá fora, com estas atitudes? Há grupos lá fora a rirem-se de nós, tens o caso do jogo Basileia vs Sporting. Penso que o retorno da velha guarda dos vários grupos ia fazer uma grande diferença.

Nos últimos tempos tem se notado um grande crescimento da cena casual, pensas que será de futuro o rumo a seguir devido a repressão?
Na maioria das vezes, o que fazemos é apenas dizer que pertencemos a claque x, ou usar material alusivo a dita claque, e somos automaticamente rotulados como arruaceiros e marginais. Por este motivo e outros mais, penso que o "casualismo" terá cada vez mais um peso no nosso movimento. Dentro de grupos "legais", por vezes aparecem pessoas que não se identificam com isso, e acompanham a equipa a parte. Essas pessoas, na minha opinião, merecem muitos créditos, pois não se vendem, e tem uma despesa ainda maior ao acompanhar a sua equipa. Por vezes ser casual, é tirar vantagem sobre o adversário, e forma de dar a volta a policia, que hoje em dia tem apertado imenso. Mas em contrapartida temos pessoas que não sabem a real identidade de ser casual, pensam que é tudo uma questão de moda, ao vestirem um casaco da Fred Perry, umas calças levi's, um chapéu da Burberry, umas sapatilhas das Adidas… Pensam que já são casuais. Antes de se ser casual, tem que se sentir, e saber o verdadeiro significado da palavra.

Qual é na tua opinião o melhor grupo nacional no momento?
Sem duvida nenhuma que serão os No Name Boys. Penso que a opinião é unânime. Foi um grupo que sempre se manteve fiel as suas origens, nunca se vendeu, nunca se meteram em esquemas… É um grupo totalmente a parte dos restantes em Portugal. A sua maneira de ser e de estar é única. Bom exemplo disso foi este aparato todo que os envolveu, e contra todas as expectativas, surgiram ainda mais fortes, fazendo valer o "pluribus unum".

Quais foram na tua opinião, os grupos que mais se destacaram neste ultimo ano?
Já no meu blog tinha feito o género de um pódio para os diferentes escalões. Na primeira Liga premiei os No Name em 1º, a Fúria Azul em 2º, e os Ultras Insine em 3º. No escalão da segunda divisão pus como melhor grupo os Panteras Negras, em 2º a Brigata Azzuri, em 3º a Força Avense. Nos escalões secundários coloquei os South Side em primeiro, em 2º os Ultras Ermesinde, e em 3º os Ultras Arouca. Para mim, estes foram os grupos que realmente estiveram em destaque no ano de 2008. É lógico que nesta minha selecção não escolhi nenhum grupo legalizado. Para mim quantidade, não é sinónimo de qualidade, e estes grupos fizeram muito pela vida, e merecem o respeito de todos, independentemente das nossas cores.


Que opinião tens da Fúria Azul?
Para mim a Fúria Azul foi dos grupos que mais sofreu com a lei16/2004, a par com os Diabos Vermelhos e os No Name. Foi dos grupos que mais lutou, e mais resistiu. Sempre tive em conta todas as batalhas que travaram, e as formas que usaram para se manter unidos. Todos juntos saíram por cima, dando uma grande lição de mentalidade a grupos ditos "maiores", que de grandes apenas tem o número de sócios. Em termos de apoio são bons, realizando muitas vezes boas deslocações. Tem sido incasáveis no apoio as modalidades. Já desde de novo que observo as excelentes tiffos, Hoje em dia mais difíceis de concretizar, mas a piada esta em encontrar formas de contornar os actuais problemas. Fizeram valer a velha máxima da mentalidade não apregoada, mas sim praticada. A velha guarda da FA teve uma atitude muito decisiva na tomada de decisões deste grupo, que fizeram com que se mantivessem na mesma linha de pensamentos e atitudes.

Como vês a forma injusta como a comunicação social trata a malta das claques?
A comunicação social sempre teve um papel de descriminação pelos Ultras, seja cá em Portugal ou em qualquer país do mundo. Os média nunca souberam "separar a semente boa, do joio", sempre colocaram todos no mesmo saco. Nunca deram o real valor aos ultras, sempre que havia notícias eram pelos piores motivos, mas como o que não nos mata, torna-nos mais fortes, das críticas fomos criando forças para superar tudo isso. Se um médico não exercer da melhor forma a sua tarefa, não podemos englobar todos os médicos como ignorantes. A que saber fazer esta clara distinção, e a comunicação social nunca a soube fazer. É claro que lá pelo meio há situações que vão para além de meros fundamentos, depois entra o clubismo, como forma de tapar os olhos a determinados assuntos mais relevantes.

E lá por fora, que grupos admiras? Qual é o estilo que mais te agrada e com que te identificas?
Para não descriminar nenhum país, escolherei alguns de cada: em Espanha aprecio muito os Bukaneros e a Biris Norte. Em França os Magic Fans e o Comando do Marselha. Em Itália o Ultras Roma, e a Curva Nord da Atalanta, na Polonia o wisla e o Cracóvia, da Áustria os Ultras rapid de Viena, dos Balcãs, os BBB, a Torcida Split, os Red Army do Mostar, os Grobari do PAOK, os Ultras Red Star de Belgrado, etc… Em termos de "firm's", gosto muito do Cardif souls crew, Zulu Warriors do Birmingham, ICF West Ham, Millwall Foreign Crew, Villa Hardcore, The Urchins do Liverpool… Como podes ver os meus gostos são muito amplos.

Muito obrigado pela entrevista, peço-te só que deixes uma mensagem final.
Tenham sempre uma atitude interventiva no seio do grupo, e evoluam sem nunca por de parte os velhos costumes e as velhas maneiras, faz porque gostas. Concentrem-se essencialmente no apoio a equipa, e digam sempre não ao futebol moderno. Uma saudação especial ao pessoal da Fúria, nunca abandonem esse vosso estilo inconfundível, lutem pelo que acreditam, futuramente terão frutos daquilo que semearam.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009


Covilhã Vs Boavista




Foi no já habitual clima de camaradagem que a primeira carrinha com adeptos do Boavista saiu da cidade do Porto rumo à Covilhã, seria perto das 3 da manhã que acompanhados com frio, chuva e muito vento atravessámos a ponte da Arrábida. A bordo levávamos boa musica e muito alcool para aquecer o pessoal, o que nos obrigou a paragens frequentes para descarregar as cargas etilicas excedentárias. Depois de alguns desvaneios e loucuras pelo meio, que ficam para quem esteve presente, decidimos rumar pela estrada nacional até Manteigas, para daí tentar a subida à Torre e erguer ao amanhecer, a bandeira axadrezada no ponto mais alto de Portugal Continental. Tudo corria bem até chegarmos aos 1600 metros de altitude por volta das 6 da manhã, aí a chuva começou a dar lugar ao gelo e a muita neve, rapidamente a carrinha começou a perder a aderência à estrada e já nem em primeira conseguia subir um metro que fosse, fustigados com temperaturas negativas e impedidos sequer de mudar a direcção da carrinha, lá tivemos que desistir do objectivo inicial e fazer uns bons três quilometros de marcha atrás até conseguirmos arranjar um local que nos possibilitasse corrigir a trajectória da carrinha e descer assim normalmente a serra. Visto termos que contornar o mau tempo e também fazer desvios consecutivos devido a estradas cortadas, só conseguimos chegar à Covilhã por volta das 9 da matina!!! ou seja, demorámos 6 horas a fazer uma viagem que em situações normais se faz em duas. Contrariando o panorama geral, ironicamente o sol brilhava em pleno centro da Covilhã. Depois de tomarmos o pequeno almoço e visto ser ainda muito cedo para o jogo, tentamos novamente subir a serra, desta feita através das Penhas da Saúde, mais uma vez só conseguimos chegar até aos 1600 metros e isto porque a policia, porque questões de segurança, impedia quem tentasse avançar. Com o regresso à Covilhã, começou gradualmente a juntar-se a nós mais pessoal dos Panteras que tinha saido ao final da madrugada da cidade Invicta e que tinha igualmente feito a viagem em carrinhas de 9 lugares. Rapidamente reunimos cerca 60 elementos, o que tornou quase impossivel a tarefa de encontrar um bom restaurante para comer e isto devido à falta de lugares disponiveis para juntar a malta toda. Após várias tentativas, vimo-nos obrigados a separar as tropas e espalharmo-nos pelas tascas da Covilhã para dar ao dente. Entretanto ao aproximar-se a hora para o jogo, o tempo começou a piorar na cidade serrana, o sol desapareceu e a chuva começou a cair juntamente com gelo e alguma neve à mistura. Já no estádio e com a chegada à ultima da hora de mais pessoal em carros particulares, a familia axadrezada reunia cerca de 150 pessoas, dos quais cerca de 80 seriam elementos dos Panteras Negras. Debaixo de uma chuva persistente, de um frio avassalador e juntos numa bancada que mais parecia um galinheiro, demos um enorme apoio à nossa equipa ao longo dos 90 minutos da partida, equipa essa que apesar da derrota, demonstrou ser sempre superior ao adversário, principalmente na 2ªparte onde chegou a massacrar os "lagartos da serra". Infelizmente sofremos mais um golo de bola parada, falhamos várias vezes no capitulo da finalização e só não saimos no final do jogo com os 3 pontos por falta de sorte, de clarividencia e objectividade, já que força de vontade e querer ganhar houve quanto baste. Apesar da derrota, o povo axadrezado no final da partida prestou aos nossos jogadores uma enorme ovação!! Saimos da Covilhã já ao anoitecer, a viagem de regresso foi muito mais rápida e ainda não seriam nove horas da noite quando a cidade do Porto nos recebeu de braços abertos. Chegamos cansados mas de consciencia tranquila por termos cumprida uma vez mais com a nossa obrigação.

sábado, 24 de janeiro de 2009


Oasis no Pavilhão Atlântico

A banda dos irmãos Gallagher tem concerto marcado para dia 15 de Fevereiro no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. O concerto faz parte da maior digressão dos Oasis pela Europa Ocidental, de Janeiro a Março de 2009, em apresentação do novo álbum “Dig Out Your Soul”. Esta digressão dá seguimento às passagens dos Oasis por países como Canadá, Reino Unido, México e Estados Unidos.

PLATEIA EM PÉ - 32 EUROS

BALCÃO 1 - 40 EUROS

BALCÃO 2 - 28 EUROS

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Historia De Vida Antena1- Eterna saudade Gullit

"Benfica deslocou-se ao estádio do Hajduk Split para disputar o primeiro desafio do Grupo C da Liga dos campeões 94/95. Jogo transmitido na televisão. Estádio cheio, ambiente infernal e adverso para o Benfica. Os adeptos croatas enchiam de moral a equipa com o seu enorme e incessante apoio. Nas bancadas um pequeno grupo de adeptos do Benfica, membros da claque No Name Boys, não mais que duas dezenas.

No Name Boys em Slipt, 14 de Setembro de 1994. Podem ver o Gullit ao centro, com o seu típico chapéu do jogador Ruud Gullit.
Entre eles encontrava-se Jorge Maurício, mais conhecido no meio Ultra por “Gullit”, um fervoroso e incondicional adepto do Benfica. Mítico dirigente e um dos líderes da claque encarnada. O “Gullit” viajava para todo o lado. Assistia a todos os jogos com o intuito de apoiar o seu Benfica. Tinha o hábito de escrever, no verso dos bilhetes dos jogos a que assistia, uma "crónica" do jogo, onde relatava os acontecimentos relacionados com as claques antes, durante e depois do jogo. "Sempre presente", era o seu lema. Mais tarde, tornar-se-ia o lema de um grupo inteiro…O jogo terminou com um empate a zero. Um resultado satisfatório para os encarnados.Na viagem de regresso para Portugal, a carrinha que transportava alguns dos membros dos NN despista-se numa auto-estrada em Espanha. O acidente foi grave. Morrem três jovens adeptos do Benfica: a Rita, o Tino e… o Jorge Maurício “Gullit”.A má notícia corre depressa e chega a Portugal. As televisões, as rádios e os jornais noticiam a tragédia que se abateu sobre as famílias dos três jovens. O país desportivo fica de luto. Os membros da claque No Name Boys recebem a arrasadora notícia. Só eles sabem o significado real da perda.Quando eu soube da notícia fiquei bastante abalado. Conhecia o “Gullit” muito bem, embora não fosse seu amigo pessoal. Toda a gente o conhecia. Com ele convivi e assisti a muitos jogos no topo sul do Estádio da Luz. E também em alguns jogos fora. Lembro-me com particular agrado e saudade as nossas deslocações a Alvalade, Belém, Amadora, Estoril, Jamor e Santo Tirso.
Éramos um grupo unido, em que todos se conheciam, e o “Gullit” estava sempre na linha da frente, incentivando, organizando, vendendo material (fotografias, revistas, cachecóis, etc…) sempre em prol dos NN e do Benfica, com total e incondicional dedicação.No dia do funeral, inventei uma desculpa no trabalho e desloquei-me ao Estádio da Luz logo pela manhã. Soube através dos jornais que as urnas com os corpos da Rita, do Tino e do “Gullit” iriam dar uma volta ao estádio antes de irem a sepultar no Cemitério de Benfica. Cheguei ao estádio e, sem surpresa, encontrei cerca de 500 elementos dos NN à espera do “Gullit”. À espera do seu líder. Entre eles estavam também alguns elementos de outras claques do país, entre elas a Juve Leo, mostrando respeito e admiração pelo “adversário”, numa hora difícil.A Sandra, outra lendária dirigente dos NN, tratou de distribuir a todos t-shirts pretas dos NN, para homenagear condignamente o nosso “Gullit”. Ainda hoje guardo a t-shirt e cada vez que olho para ela, lembro-me dele…As carrinhas carregando os caixões chegaram e a dor e as lágrimas tomaram conta de todos os que ali estavam. Nunca, até àquela data, tinha visto tamanho sinal de pesar no seio dos adeptos benfiquistas. Infelizmente, 10 anos depois, o luto e o pesar foi ainda maior com a morte do nosso jogador Miki Féher. O nosso eterno camisola 29.O cortejo fúnebre fez uma pausa em frente à porta de entrada da claque no estádio, no topo sul. Foi a última vez que o “Gullit” iria estar na sua curva… De seguida, partiu para a última morada. Ao cemitério compareceram alguns jogadores como o Mozer, o João Pinto e o Veloso. Igualmente presentes membros da Direcção do SLB. Foi uma despedida emocionada e triste, ao som dos nossos cânticos da altura. Lembro-me de me agarrar a chorar a conhecidos e a desconhecidos. Foi muito forte e intenso.O Jorge Maurício era um líder. Trajava sempre à Ultra e tinha um característico boné na cabeça do seu jogador preferido: Ruud Gullit, o lendário jogador holandês (daí a sua alcunha).Tenho muitas saudades do tempo em que via o “Gullit” à nossa frente, na bancada, com um tambor na mão ou com um simples cachecol. Sempre a cantar e a puxar pelo Benfica! Era uma inspiração para os Ultras do Benfica e um exemplo a seguir pelos Ultras dos outros clubes. E por isso era respeitado dentro e fora da sua claque.

Gullit de costas em cima da rede, a liderar a sua claque. Estádio José Alvalade no dia dos míticos 6-3. Em 1992 foi um dos que liderou o movimento de dissidentes dos Diabos Vermelhos que, descontentes com o rumo e a direcção da claque, formaram um outro grupo de apoio ao Benfica, numa bancada diferente, situada no topo sul do estádio. Eu estava lá, em 1992, no primeiro jogo dos “novos” DV, contra a equipa do Sparta de Praga, num jogo para as competições europeias. Foi o início daquilo a que mais tarde foi designado: Rapazes Sem Nome, pois a direcção dos Diabos Vermelhos tinha registado o nome e a marca, não tendo sido possível aos “novos” DV manterem aquele nome.Assim nasceram os No Name Boys, uma claque à qual eu tive orgulho de pertencer, numa altura em o que futebol e as claques não estavam minadas como agora…"Há gente que anda aqui a trabalhar, a perder tempo, a privar-se da companhia dos familiares e não só, pessoal dedicado ao que fazemos e aparecem uns palhaços que vêm para aqui acomodar-se e procurar estragar tudo" escreveu um dia numa publicação dos NN. Ele sabia do que falava.

Treze anos de saudade.
Há um episódio que só eu e o “Gullit” vivemos e que, naturalmente, ninguém sabe.Por altura da formação dos NN, quando se soube que não poderiam adoptar o nome “Diabos Vermelhos”, eu quis ficar com a t-shirt amarela identificativa como membro da direcção dos DV que o “Gullit” ainda possuía. Concordámos que eu lhe compraria a tal t-shirt, por um valor que agora não me recordo exactamente. Como na altura não tinha dinheiro comigo, o “Gullit” disse: “Leva-a e trazes-me o dinheiro no próximo jogo”. O facto é que, por uma razão ou por outra, nunca cheguei a pagar-lhe o que devia... Estádio da Luz, época 94/95. Homenagem dos NN ao Gullit aproveitando para "picar" os rivais da Juve Leo. Velhos tempos em que havia amizade e companheirismo na claque. Um estilo diferente do presente… era a chamada “Velha Guarda”. Uma designação que muitos miúdos que hoje frequentam as claques não sabem e não têm a mínima ideia do que é.Não queria terminar este já longo texto sem dizer: Obrigado, Jorge Maurício “Gullit”. O teu exemplo ficará marcado na memória de todos aqueles que sentem a honra e o orgulho por terem tido a oportunidade de te conhecer.“SEMPRE PRESENTES”, o nosso lema. O teu lema!"
Gonçalo Dias, um estudante de Engenharia do Ambiente com 23 anos de idade, os No Name Boys eram uma claque que tinha sido criada muito recentemente (4 de Março de 1992) e tinham conseguido, em muito pouco tempo, reunir no seu sector, no topo sul do antigo Estádio da Luz, um número significativo de fervorosos adeptos, quase todos dissidentes dos Diabos Vermelhos, entretanto o próprio faculta uma algumas entrevistas a diários desportivos, na qual uma esta sua crónica.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Entrevista aos South Side Boys














Dado a neste momento o presidente rui Roque ser demissionário, a resposta as perguntas ficam a cargo de João Galrito e João André, vice-presidente dos South Side Boys.

1- Como estão organizados?
Os South Side Boys estão constituídos como associação desde o ano de 2002.
A nível estrutural estão organizados em vários departamentos que em diferentes áreas mantêm o recrutamento, organização de jogos e eventos com a dinâmica necessária para o bom funcionamento e evolução do grupo.
Neste momento temos 150 elementos, fanaticamente Farenses e uma sede.

2- Quais são as vossas amizades e inimizades?
Os South Side Boys não teem quaisquer amizades ou inimizades, apenas relações de respeito com alguns grupos.
Respeitamos quem nos respeita.

3- Como foi para vocês, “sobreviver” estes anos todos nos escalões inferiores?
Penso que o termo “sobreviver” não se adequa ao nosso passado recente. Desde o momento em que o Farense iniciou a sua fase descendente, que só teve fim na 2ªdistrital, que os South Side assolados com a possibilidade de o nosso clube ter um fim a beira dos 100 anos, iniciaram uma verdadeira cruzada que se julgava como impossível a partida. Aqui começou-se a traçar a verdadeira identidade do grupo, que incutido pelo espírito de missão levou a cabo, manifestações, invasões pacíficas de campo interrompendo jogos em protesto, intervenção constante em assembleias, candidatura a direcção do S.C.Farense, tudo de maneira a que soluções aparecessem. Contrariando o termo “sobreviver “ utilizado na pergunta, os South Side aprenderam a viver os 90 minutos de jogo, o mais intensamente possível, seja na I Liga, distrital ou amigável. Esta nossa postura tornou-se atractiva aos olhos de muitos Farenses servindo como principal cartaz na recruta de novos elementos e na propaganda da nossa máxima “ Se és de Faro…és Farense!” Os South Side tiveram 2 anos intensos de vivências bastante enriquecedoras aquando da sua passagem no distrital que deixaram bastantes saudades, sentindo um cheirinho do verdadeiro futebol tradicional…tornando-nos naquilo que somos hoje, orgulhosos Farenses! Existe uma frase do livro “ Viagem ao Mundo Ultra” que em tudo exprime as emoções vividas nos escalões secundários, “sexo, dinheiro, sucesso…tudo se reduz a pó perante a emoção, a partilha das bancadas!”

4- Qual é a vossa relação com o clube?
Os South Side não teem quailquer relações com a direcção do S.C.Farense, pois esta não tem quaisquer legitimidade visto o seu mandato ter terminado a 3 épocas.

5- Como vês a futura venda do São Luís?
Como um mal necessário para a sobrevivência do nosso Clube, para pagar pela gestão danosa das pessoas que são do conhecimento de todos os Farenses. É com grande tristeza que vemos a nossa cidade perder uma referência como é o mítico estádio de S.luis, que tantas alegrias proporcionou aos Farenses e com grande preocupação visto nos últimos anos Faro, assim como o nosso clube passa por uma grande falta de identidade com a perda de muitas das suas referências.

6- Para ti, o que significa ser um verdadeiro Ultra?
Ser Ultra é um estilo de vida… é um resultado de anos de vivência, de modas que passam, de alegrias vividas, de tristezas ultrapassadas, de amizades reforçadas, de devoção ilimitada. Apercebemo-nos que o somos, no momento em que deixamos de dizer que o somos, no momento em que os sacrifico passam a prazer, no momento em que nos falta a alma por não poder estar presente…

7- Com que estilo se identificam?
Não nos identificamos com estilo nenhum, temos a nossa própria identidade.
Somos um grupo bastante tradicionalista e bairrista.

8- Quais são os vossos pontos fortes e as vossas fraquezas?
Limitamo-nos a ser nós próprios, sejamos 10 ou 100. A apreciação dos pontos fortes e fracos fica para a critica…

9- Como vês a legalização das claques em Portugal? Já sofreram na pele algumas consequências?
É um tema sensível e que ainda não teve consequências no nosso grupo, visto o nosso Farense ainda se encontrar na 3ª divisão. A luta contra a “ilegal “ legalização perdeu imensa força com a legalização de alguns grupos mais históricos e numerosos de Portugal, cujas opções não crítico pois cada qual sabe de si, mas que podem ter sido nocivas para o movimento ultra Português. Em Países estrangeiros com índices de violência bem maiores que no nosso, tal não aconteceu…são unidos, são fortes! Aprendi na vida a nunca dizer nunca… qualquer decisão será tomada em grupo pelo grupo.

10- Como tem sido a vossa luta contra o futebol moderno?
Não temos nenhuma guerra contra o futebol moderno, mas temos imensa pena ao ver para o que caminha, daremos a vida para ver o nosso Farense… já por diversas situações nas ultimas temporadas em que nos eram cobrados preços exorbitantes para o escalão onde nos encontrávamos e resolvemos apoiar o grande Farense do exterior do estádio “escusado será dizer que se não desse para ver o jogo pagaríamos o bilhete!”. Lutamos contra as injustiças, mas temos um ponto fraco…submetemo-nos a quase tudo para conseguir saciar o nosso vício, ver o nosso Farense.

11- Podes-me falar de projectos futuros?
Os projectos futuros para curto, médio e longo prazo… continuar a apoiar o Grande Farense, dar condições para que outros o façam também, e continuar a dura tarefa de combater a clubite na nossa cidade capital do Algarve, Faro!

12- O vosso grupo foi considerado o melhor dos escalões inferiores, para o nosso blog, deixa-nos um comentário final sobre algo que achas que ainda não foi dito, mas que é importante referir.
Sem dúvida que é uma honra receber tal nomeação e dá força para quem tantas horas dispende para levar a fim os nossos projectos. Olhando ao panorama ultra nacional qualidade e número não falta, mas a mentalidade está um pouco distorcida, se calhar por se preocuparem demais com pormenores fúteis paralelos à nossa existência, em vez do apoio ao clube de cada um. A nova guarda que agora nos chega absorve esta falsa ideologia, e cabe-nos a nós, velha guarda, saber transmitir a verdadeira mentalidade ultra, olhando para a realidade nacional só me resta concluir que estamos a falhar… De momento na 3ªdivisão, mas brevemente no I Ligal, envergando a bandeira do sul, sem que durante este período tenha deixado de ser o verdadeiro orgulho do Algarve.

Apoiem o clube da vossa terra!
Dos Fracos não reza a História!
Desde sempre…FARENSE…para sempre!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Vencer Ou Morrer - Futebol,Geopolitica e Identidade Nacional


O livro fala da história do futebol, a partir dos seus aspectos políticos e sociais. Trata-se de um inédito estudo sobre a violência das claques, e uma discussão sobre a utilização do desporto pelos regimes autoritários. A opção de Gilberto Agostino ao abordar o futebol foi clássica: aclarar, ao longo de um tempo, as relações entre o Estado, o futebol, muito especialmente os regimes autoritários, as formas de apropriação do prestígio de um desporto de massas e a tentativa de galvanizar em proveito próprio a fama dos jogadores. Da mesma forma, alguns países seleccionados – como da Itália, Brasil, Uruguai, Argentina – constituíram-se claramente em elementos paralelos, embora em nada secundários, na consolidação da ideia de Nação, do orgulho e da consciência de ser parte de uma comunidade nacional. Gilberto Agostino, com uma redacção agradável e sem "lápis azul", nos apresenta de forma clara e directa, na presente obra, uma verdadeira geopolítica mundial do futebol, ao lado de uma economia política dos desportos nos regimes autoritários. Tendo feito um golaço, nos estudos universitários, desta feita através do Laboratório de Estudos do Tempo, entram em campo para uma grande jogada: Vencer ou Morrer, um livro sobre a paixão de todos nós. Sobre os Autores Francisco Carlos Teixeira da Silva, professor de História Moderna e Contemporânea. Gilberto Agostino, historiador associado ao Laboratório de Estudos do Tempo Presente, onde desenvolveu pesquisas referentes à interacção futebol-política. É um dos autores do livro Sociedade Brasileira: uma História Através dos Movimentos Sociais e co-autor do Dicionário Crítico do Pensamento de Direita, para o qual escreveu o "Futebol e Hooligans". A sua ligação com o tema estendeu-se numa coluna de um jornal desportivo, chamada "Futebol, Paixão e Poder", que até aos dias de hoje fala sobre o hooliganismo no diversos paises, e da intervenção dos regimes, no futebol. É um autor que tem uma abordagem ao tema bastante abrangente, e é notório que tem voto na matéria. Dá gosto ler as suas rubricas. Sempre expõem as duas faces. Aconselho-vos a ler o livro, e a quem puder, dê uma espreitadela as crónicas deste bravo.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009




Gate 22 Venezia-Mestre, na diffesa de un ideale.

“A nossa história vem desde 1987, e até agora tem sido sempre na frente da luta contra o racismo, o futebol negócio e a repressão. São muitas e diversas as nossas iniciativas sociais, de solidariedade e de anti-racismo que têm caracterizado o nosso percurso na história do movimento ultra de Veneza. De 1987 até hoje, que o passado distante não é muito longo, portanto, para melhor ou para pior, temos um monte de gente sempre ao nosso lado. Contamos sempre com um líder convicto das suas origens. Deixamos aos outros a nostalgia dos bons e velhos tempos. O slogan que tem caracterizado nossa viagem ao longo do último ano é esta: "Não se pede permissão para ter liberdade" e a realização do "não permitem? Então não há compromisso" estas palavras dá-nos a dignidade e força moral para continuarmos a viagem ao longo destes anos, na nossa luta, em qualquer lugar. Este mundo do futebol sempre em crise que se tornou uma atitude vergonhosa de clientelismo, onde o fascismo e incidentes racistas são tolerados, se não abertamente, são apoiados pela imprensa e pelos próprios clubes. Poucos, mas sempre avançar com muitos, sem baixar a cabeça, defendendo os irmãos e irmãs, não importa a cor da pele, ou do local de origem, sempre lutaremos pela integração e multiculturalismo de nossa cidade e combateremos o racismo e o fascismo onde quer que ele apareça.”
Se há tanta gente apreciar o movimento Italiano, ao menos retirem alguma conclusão dele. Partilhem os mesmos valores, e lutem pelos vossos direitos. Não gastem horas a ler apenas histórias da carochinha, leiam artigos com interesse, e retirem o real valor das palavras. Não sejam mais uma ovelha no rebanho, guiada pelo pastor.

domingo, 18 de janeiro de 2009

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Ultras Atalanta - Curva Nord

Este vídeo é certamente um dos mais surpreendentes que vi até hoje, não é por este grupo fazer parte do meu vasto lote de grupos pela qual eu simpatizo, mas simplesmente porque acho que são autênticos e únicos em tudo aquilo que fazem. Constatem a mobilização que o grupo fez para a deslocação a Milão. Vejam e aprendam com o temível bocia, líder do grupo. Mais palavras para que, as imagens falam por si.

O irreverente Cantona, The king was born in 66.

Éric Daniel Pierre Cantona, ou se preferirem apenas Cantona, nascido a 24 de Maio de 1966, foi um dos mais célebres jogadores do Manchester United. Cantona durante toda a sua época marcou 157 golos em 442 jogos, (um resultado que não descreve bem o grande jogador que era). Cantona foi o principal responsável pelo ressurgimento do Manchester United como potência no futebol e, foi sem dúvida o maestro da sua equipa nos anos 90. De tal maneira a que os adeptos dos “reds” lhe chamassem “King Éric”. Apesar de Cantona só se ter destacado no Manchester United, o 1º clube que jogou foi no Auxerre, onde passou 2 anos na equipa júnior, antes de fazer a sua estreia em 1983. Logo em 1987 começaram-se a notar os defeitos da disciplina, dando um soco na cara do colega de equipa Bruno Martini. No ano seguinte Cantona voltou a ficar em apuros graças a uma entrada muito dura sobre um jogador do Nantes que resultou em 3 meses de suspensão. Na época seguinte foi contratado pelo Marselha, onde voltou a ser suspenso depois de ter chutado a bola para os adeptos, rasgou a camisola e atirou-a para as bancadas após ter sido substituído num jogo amigável. Ainda nesse ano, Cantona foi novamente suspenso dos jogos internacionais por ter insultado o seleccionador da França na TV. Neste momento conta já com contratos milionários com a Nike, e é o actual treinador e capitão da selecção de futebol de praia francesa. Questionado sobre o melhor momento de toda sua carreira, Eric não tem dúvidas, e recorda a cena com o hooligan racista que estava no jogo contra o Crystal Palace: "O meu melhor momento? Quando dei um pontapé no hooligan."


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

9 anos de Força Avense, comemorada com jantarada.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O movimento Francês no seu melhor.

"Desinformação, sensacionalismo, o anti- Paris a vir ao de cima, Bem-vindo medias! " - Adeptos do PSG, após algumas noticias.

Le Havre, verruga da Normandia


"Recrutamento de prostitutas. Enviem as vossas mães pelo curriculum vitae."

"Para os camponeses, siga a seta". Boca aos adeptos do Sedan.

"Viva sodomisacion". PSG contra os adeptos do Marselha.


"Ribery, assustas as crianças." Adeptos do Nice contra a cicatriz do jogador Marselha Franck Ribéry.


"Enquanto inventávamos o cinema, os vossos pais eram mortos pelas minas. "Adeptos do Lyon para o Saint Etienne.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009


Histórias que marcam... A morte de Vincenzo Spagnolo.



Esta é daquelas “histórias”, que me marcaram profundamente, não só a mim, mas como Itália e o mundo em geral naquela década. Na altura ainda não andava nas curvas, mas recordo-me da trágica noticia como fosse hoje. Por se aproximar a data, aqui vos apresento os factos do sucedido. Por quase 14 anos, um triste 29 Janeiro de 1995, marcou imensa gente. A morte do jovem ultra Vincenzo Spagnolo de Génova ficara eternamente na memória de todos. Uma facada fatal feita por Simone Barbaglia, um membro da Brigate Rossonere, põe fim a vida deste jovem skinhead e membro dos ultras Génova.
Anteriormente a estes incidentes, Milão e Génova foram ligadas por uma forte amizade. Em 1982, na última jornada do campeonato, Génova e Nápoles empatam, e o Milão é condenado a ir para a série B. A partir desse momento a amizade "esfriou". No final dos anos 80 e inicio dos 90, os dois grupos ultras travaram duros confrontos, em San Siro (na temporada 91/92 foi um ultra milanês que esfaqueou um ultra de Génova, aquando da deslocação do Milão a Génova, são tremendamente apedrejados aquando do seu cortejo para o estádio), nos anos 90/91 foram várias as emboscadas dos genoveses nessa época, com 3 milaneses feridos). Houve ainda um jogo entre duas equipas que apesar de estar suspenso pela chuva, não exclui a hipótese de haver incidentes entre os 2 grupos. Na Temporada de 94/95 dá-se o abandono de vários membros da Brigate Rossonere, entre eles vários líderes históricos do grupo. Esse abandono faz surgir um segundo grupo, (denominado Gruppo Barbour) é conhecido por ser composto por jovens com ideias violentos.
Na quinta-feira antes do jogo, numa pizzaria em Milão tomaram a decisão de irem armados para Génova, para dar uma "lição" aos ultras da casa. No dia do jogo, partiram de Milão num comboio especial, e aparte dos outros cerca de mil ultras de Milão. O grupo aparte era formado por 20 pessoas, e não tinham nenhum distintivo, evitando assim a polícia. O grupo chega a Génova, e nas proximidades do estádio são verificadas algumas provocações e agressões, nada de especial, para não chamar a atenção da polícia. Chegam ao estádio, e ao lado da sede dos Ultras Génova, há novamente provocações. Entre algumas ofensas de parte a parte, um ultra Genovês foi esfaqueado no estômago. Várias pessoas que se encontravam naquela zona, correram em seu auxílio. Vincenzo Spagnolo, de 25 anos, morre… Por qualquer motivo, que na verdade ninguém soube explicar ao certo o que se sucedeu.

A partida começa às 14:30, mas rapidamente começa-se a espalhar a notícia da trágica morte de Vicenzo. A rádio acaba de confirmar o triste incidente e começa-se a avistar os primeiros sinais de revolta, todas as bandeiras e alguns objectos são lançados para o campo. Visto tamanha revolta, o capitão do Génova falou com os ultras e pediu-lhes calma, foi-lhes dito que o jogo seria suspenso em sinal de luto. Após uma reunião, os dois capitães leram uma declaração, na qual referiram não ter condições anímicas para efectuar o resto da partida. Em seguida, começou um cerco ao estádio, uma centena de ultras no domínio genovês, tentaram chegar ao local dos adeptos visitantes, tentando quebrar a protecção de vidro. A polícia chega, e o primeiro confronto ocorreu quando tentam expulsá-los do estádio. A batalha campal começa, são atacados vários polícias que protegiam o sector visitante. Os ultras de Génova barricam-se nas ruas próximas ao estádio, enquanto a polícia chama reforços. O chefe da operação tenta entrar nas imediações do estádio, mas foi interceptado por um coqueteil Molotov. Após 3 horas de cerco, incluindo o prefeito de Génova chegou para tentar manter um diálogo com os ultras. Entretanto são queimados carros, lojas são destruídas...


A polícia debruça-se agora sobre o facto de como remover os ultras de Milão. É impossível saírem de comboio, porque os ultras de Génova dirigiram-se para lá para efectuar uma espera. As 22:30, são finalmente transportados de autocarro para Milão. Foram escoltados por um imenso contingente de polícias. Antes da entrada para os autocarros, tenta-se identificar o alegado assassino, mas sem grande resultado. Após quatro horas de viagem pela auto-estrada, os polícias identificaram um jovem, pela fotografia que tinha sido facultada pelos polícias de Génova.
Na manhã seguinte, em Milão, o alegado homicida, Simone Barbaglia (19 anos), confessou durante o interrogatório de ser o assassino. A jornada seguinte do campeonato foi suspensa. No fim-de-semana seguinte, reuniram-se em Génova cerca de 400 ultras, representando 38 cidades. Apenas um grupo dos ultras Milão, Torino, Juventus e Lazio não marcaram presença. Foi debatido o assunto “violência no futebol”. Também durante a reunião foram abordadas questões como a fragmentação das curvas, e o controle de micro-grupos, a política, as regras do comportamento, o ser ultra… Desde logo foi decidido que a partir dali não seria legítimo qualquer grupo usar armas. Depois do reencontro foi emitido um comunicado condenando o episódio, e concordaram em paralisar os próximos jogos.
Depois da primeira prisão começaram as investigações, e consequente julgamento, através de um procedimento rápido. Barbaglia é condenado a 11 anos e 4 meses de prisão. Os três detidos: Carlo Giacominelli, Massimo Elica Dozio e Luigi, o primeiro foi o líder do grupo que partiu de Milão, e que foi com a intenção de atacar o genovês. Duas curiosidades sobre Giacominelli: 2 meses antes do assassinato havia sido entrevistado no Supertifo sobre a existência de 2 grupos dentro do BRN e a outra é que, na curva era conhecida como a "Cirurgião" pela sua habilidade com facas. No julgamento afirmou que atacou sem intenção de matar, e só o fez para proteger-se, pede desculpas à família de Spagnolo, e escreve cartas de arrependimento.

Este episódio mudou em muitos aspectos o movimento ultra Italiano. Até então nunca se tinham reunido em torno de uma mesa, os líderes dos grupos, para tentar encontrar um diálogo favorável a ambos. Desde então, e até aos dias de hoje, tem sido celebrado o aniversário da morte deste Ultra, para que não seja esquecido o nome de Vincenzo Spagnolo. No décimo aniversário de sua morte foi publicado um livro de Luca Vicenti em homenagem a Spagnolo, e tem o nome de: "Diário de um Ultra Domenica" e refere os trágicos acontecimentos desse jogo. Penso que este episódio deu uma enorme lição a todos, e há varias conclusões a retirar. Penso que esta mais que provado que o usso de armas é ilegítimo, e nem em último recurso devera ser utilizada, com pena de nos virmos arrepender no futuro.






94-95 genoa-milan
Video enviado por VecchiaGuardia

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Zulu warriors, a "firm" multirracial.

Por entre histórias dos Zulu Warriors, firm do Birmingham, encontramos grande parte delas compostas por violência, motins e ataques perpetuados. O nome Zulu Warriors não existia até meados dos anos 80, mas o movimento hooligan já tinha algumas décadas, e eram apenas um grupo de jovens que iam a bola, e armavam confusão. Grande parte do grupo era formada por jamaicanos, que desde sempre foram muito seguidos pelos skins, a união entre eles fez com que resistissem a muitas investidas ao longo de algumas décadas. O vestuário ia desde botas, jaquetas e calças, da marca Levi's ou Harrington. Chegaram a ser entre 300 e 400 nos jogos grandes, mas o sensacionalismo da imprensa Britânica, a atitude da polícia, e a forma a que grande maioria das pessoas os viam, não era a melhor, tendo eles que optar por um estilo casual.




Até então, os membros da Zulu Warriors começaram a parar em locais específicos, tais como o "Boogies" ou "Crown Pub Bar", onde os membros gastaram centenas de horas antes e após os jogos em reuniões. Tudo era mais ou menos o mesmo até 1987, quando a polícia conseguiu desmantelar o grupo quase completo, no início da manhã foram realizadas buscas em 50 casas de alguns dos mais carismáticos membros da firm. O grupo teve então uma pausa, mais ou menos até ao início dos anos 90, a firm foi reavivada com alguns "velhos rostos", e com novas adições. Hoje em dia continuam bem vivos, e podemos-los ver, cada vez que visitam um estádio, ou quando recebem alguns rivais. Mas eles estão longe, naturalmente, daquelas velhas histórias de hooligans dos anos 70 e 80, mas no futebol Inglês que nada é, o que era antigamente. Hoje saíram do Marteens e HARRINGTON, e o mais sofisticado tipo de vestuário é a Stone Island e Prada. O estilo tem sido imposta na antiga firm através das ultimas décadas. A imagem de marca continua a de serem o grupo mais multirracial em toda a Inglaterra.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Upload dos ultimos jogos dos Ultras Ermesinde
Aqui estão algumas fotos que estavam em atraso dos últimos jogos do Grande Ermesinde. As primeiras fotos correspondem ao último jogo do nosso capitão Dani, onde mereceu a devida homenagem por parte dos Ultras: " Pelo empenho e dedicação, Ficarás no nosso coração". Neste jogo saímos vitoriosos contra o último classificado, o Labruge.

Ermesinde 1-0 Labruge



Como vem sendo habitual após todos os jogos, os nossos guerreiros vieram à curva dedicar a vitória e agradecer aos Ultras por mais uma vitória no campo e nas bancadas, onde o apoio não faltou durante toda a partida.



Já nas imediações do Estádio, na nossa Sede, o nosso grande capitão fez questão de se despedir dos nossos Ultras pessoalmente, onde os cumprimentou um a um, demonstrando que o nosso apoio é essencial para o sucesso do nosso Clube! Aqui fica a foto do momento:



Ermesinde 1-1 Folgosa-Maia
Em mais um jogo para o nosso campeonato, o Ermesinde recebeu o Folgosa, equipa do Costinha que é um Ultra como nós e que dedicou bastante tempo à nossa curva. Uma referência justa na entrada das equipas onde emocionou o nosso grande amigo e Ultra. Aqui fica a foto que ilustra o momento com a frase: "Outra cor, o mesmo amor... Costinha és um dos nossos!"

Cass - the movie




Episódio 2 Episódio 3

Episódio 6 Episódio 7

Episódio 8 Episódio 9

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Imagens que marcam...

Vicenza

Génova



Roma


Nápoles


Génova


Hamburg


Atalanta


Brescia


Viena