segunda-feira, 30 de novembro de 2009



Relatos de um derby

Um Derby, é sempre um derby, um ultra será sempre… Pois é meus amigos, é com bastante desanimo que vos anuncio que o “género” de movimento Ultra que temos no nosso pais, esta prestes a ruir. No Sábado tive o privilégio de poder acompanhar a deslocação dos adeptos Benfiquistas para Alvalade. O cortejo terá começado por volta das 18:30, e acompanhados já de uma boa dose de cerveja, lá partimos em direcção a Telheiras. O cortejo estava sensivelmente dividido em dois: a frente, os No Name, e na parte detrás, os Diabos Vermelhos. A passagem dos grupos Benfiquistas, eram bastante evidentes, pelo rasto de pirotecnia que deixava aquando da sua passagem. Uma “caixa” policial, mais desorganizada do que o habitual, permitia com que se saísse e entrasse na mesma, durante o percurso. As corridas para se aliviar um pouco, misturavam-se com as daqueles que procuravam desesperadamente um café, para poder matar a sede e sentir o ultimo gosto a álcool antes do jogo. A aproximação a Alvalade deu-se com a maior da naturalidade, houve alguns casos em que foi precisa a intervenção da polícia, mas nada demais a salientar. Já em Alvalade, os Ultras da casa “tentaram” de certa forma, chegar ao cordão onde se deslocavam os da Luz, mas sem qualquer efeito. Algumas bastonadas, acompanhadas de alguns empurrões, foram sentidas aquando da entrada do aglomerado. Lá dentro, o sector reservado ao visitantes dividia-se em dois pisos, no superior, predominava os DV, enquanto os NN situavam-se na bancada inferior.
A entrada das equipas, o Directivo a apresenta-nos 4 quadrados brancos, com o ano de fundação do clube, com a divisão entre si de 4 tiras verdes. Um tifo simples, mas ao mesmo tempo prática, e atractiva, acompanhada de muito fumo, que deu um colorido especial.
A Torcida por sua vez, fez-nos chegar uma bela imagem de dois índios, fazendo representa o arremesso de setas (se não estou em erro), que só peca por não ser desenhado a mão. A frase: “Filhos da luta”, acompanhou a tifo, bem como dezenas de bandeiras.
A JL, apresentou a tifo, que fez mais impacto, uma grua elevou um pano que cobriu a bancada praticamente toda. JL de um lado, 76 do outro, com a imagem de dois guerreiros, acompanhados de alguns leões, com o símbolo do Sporting a meio. A mítica faixa do grupo, foi transportada na parte superior da grua. Aqui há a reter duas coisas essenciais: a não utilização dos adeptos para a tifo, (ainda sou daqueles que não vê com bons olhos, a utilização de mecanismos modernos para ajudar a dar impacto). Deveria ter havido mais interacção dos Ultras, não há nada melhor do que poder segurar um pano/plástico que depois de tanta dedicação e de tantas horas dispendidas, é elevado sobre a curva. O segundo aspecto, é a boa acção da direcção, de deixar hasteada a faixa de tempos idos deste mesmo grupo. Nos dias de hoje, em que ninguém premeia os grupos por todo o seu esforço, é bom de se ver que a direcção “terá” facilitado nesse sentido, mesmo quando esta tapa parte da publicidade.

Do lado Benfiquista, muitas bandeiras, e fumo, muito fumo… O habitual cheiro de das tochas a queimar, fez encher a curva visitante. Penso que já ninguém passa sem sentir aquele odor. O jogo tem inicio, e de repente somos brindados com um som altíssimo, no sistema sonoro do estádio, onde provinham da curva Sul. O que há a dizer disto… Bem a verdade é que abafa qualquer grupo que lá se desloque, mas a verdade é que não é da forma mais honesta, chamemos-lhe assim. Os grupos visitantes, partilharam várias vezes os cânticos, nessas alturas era bem superiores aos grupos do Sporting, mais isso foi mais frequente na primeira parte, pois na segunda, é mais claro o avassalo dos ultras do Sporting, muita pela ajuda do sistema de som. O jogo termina, dá-se a ultima troca de cânticos entre os grupos, e sucede-se a habitual hora de espera. O regresso a Luz dá-se com a maior da naturalidade. O que terá acontecido fora do cortejo, são coisas que nem vou especular, pois sou tipo Maomé, ver para crer. Mas acho que este ano faltou qualquer coisa… Alias, penso que todos os anos se vai perdendo muita coisa, até que chegaremos a um dia que já nos reste nada. Só espero que não seja tarde para remediar esses erros. Ajam em conformidade com os vossos ideais, não é só premia-los na escrita e entrarem e desuso na practica.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sem dúvida. O mundo Ultra, somente se ve em Itália,Grecia,França,Alemanha e pouco mais... Em Itália,sim, todos se juntam para conservar os seus direitos,independentemente da cor do clube e respectiva claque.Cá, já houve mais respeito entre claques, mas também, a mentalidade era outra,a VERDADEIRA! Os únicos que tentam manter esse espírito, em Portugal, NN,C95 (unico contra é somente estarem "legalizados"),os Vimaranenses e pouco mais... Em relação á Tifo, teve o seu impacto,mas a originalidade já vem de outros lados...

Abraço