quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Velhas Maneiras



Ando a cismar nisto há já algum tempo, ao ler algumas crónicas de certos jornalistas nas revistas desportivas, deu-me de certa forma uma força extra para escrever sobre este assunto. Tópico: o futebol moderno. Um pouco por toda a Europa é notória a revolta dos Ultras nas curvas, e fora delas. Com isto, gostaria aqui de escrever uma espécie de desabafo. O que eu dava para ter nascido nas décadas douradas do Futebol paixão, onde o desporto rei era um desporto de massas, sem qualquer interesse que não fossem todos reunidos ao Domingo para ver a bola, em que o rico estava lado a lado com o pobre, e ninguém era impedido de ver o jogo por causa dos preços dos bilhetes. Já vou a bola a cerca de uma década, e desde ai, que sinto uma crescente mudança (para pior), no futebol. Desde pequeno foi habituado a ir a bola com o meu avô, recordo-me de raramente ter sido revistado, entrava no estádio com a lancheira numa mão, e na outra uma bandeirinha, com o cascol ao pescoço. Lembro-me de ficar estarrecido quando as claques abriam umas tochas e uns fumos, as belas tiffos que cobriam vários sectores, do efeito magnífico que dava o arremessar dos rolos de papel, era lindo… Lembro-me do meu avô comentar comigo: “nós gostamos muito disto, mas olha para eles, todo aquele trabalho é realmente espantoso”. Dantes havia como é claro os problemas como é normal quando há a união de massas, e como não havia tanta perseguição policial, por vezes aconteciam cenas que hoje são impensáveis, mesmo assim, desde então, a opinião pública mudou tremendamente, com ajuda dos media, que relatam de forma sistemática um lado falso e discriminatório dos Ultras. Na altura os ditos “adeptos normais”, apoiavam tanto ou mais a equipa, e mesmo a equipa perdendo, não se ouvia tanta indignação, das duas uma, ou as pessoas mudaram muito, ou os jogadores não tem o mesmo amor á camisola. Como me dizia um colega: “Os jogadores ouvem os adeptos, sem realmente os escutar”. Estou farto de ver jogadores a jogar sem alma, sem paixão, por aquele símbolo que ostentam ao peito, isso apenas lhes transmite a certeza que no final do mês poderão fazer mais uma das suas excentricidades, enquanto muitos passam por muito para ver o seu clube. Lembro-me que quando era pequeno e a minha mãe me dava uns trocos para o lanche, eu guardava-o com muito sacrifício, para Domingo poder ir a bola. O futebol tornou-se num negócio de poucos, a custa de muitos. Os dirigentes que se movem pelos próprios interesses, á custa dos fiéis adeptos, que jogo a jogo comparecem para ver a equipa do seu coração. As cadeias televisivas que dominam totalmente os horários dos jogos, incutiram em muitos o gosto por ficar no conforto das suas casas, em vez de se deslocarem ao estádio. Desculpem-me se em certos pontos estarei errado, mas é o meu ponto de vista, o meu desabafo, mas não passam de pensamentos e ideias que me vão na alma.


3 comentários:

Anónimo disse...

Ódio eterno ao Futebol moderno

Anónimo disse...

Grande texto.
Sinto o mesmo, de ano para ano só vejo piorar a maioria das curvas.

Anónimo disse...

é verdade, é só vendidos, esta merda da legalização nao passa duma farça, só serve para os chulos que estão a frente dos grupos encherem a pança a custa de quem vai a bola.